"Mas é difícil a nossa incumbência, quase tudo que é sério é difícil, e tudo é sério.
[...]
Que o senhor descubra em si mesmo paciência o bastante para suportar e
simplicidade o bastante para acreditar. Que o senhor ganhe mais e mais
confiança para aquilo que é difícil, para a sua solidão em meio aos outros.
De resto, deixe a vida acontecer. Acredite em mim: a vida tem sempre razão, em todos os casos.
"

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Estafa mental...

"Pois lembre-se de que é quase impossível ter gestos suaves quando a alma está rígida." 
( (Clarice Lispector) )

Hoje eu tô carente.

Eu sou uma pessoa carente, eu sei. Mas hoje, em especial, eu tô mais carente. Tô cansada das pessoas, aquelas que não são de verdade, sabe? Cansada de falsidade, duas caras, hipocrisia, gente bipolar.


Hoje, especialmente hoje, eu tô com saudades de quem está longe. Queria todos esse que estão longe, perto. E queria todos que estão perto, bem longe. Não sei se é porque a gente se acostuma, vira rotina, e cansa das pessoas. Talvez um revezamento fosse bom...né?

Saudade dos amigos verdadeiros, aqueles que me faziam rir o dia todo...sem bebidas, sem festas, sem música alta. Aqueles que me faziam rir na hora do almoço, no final de tarde...Aqueles que conseguiam me arrancar um sorriso nas horas mais chatas do dia, logo ao acordar, ou no meio de uma aula de matemática ou física no ensino médio.

Saudade dos amigos que dormiam na minha casa, que acampavam aqui de quinta a domingo com uma mochila nas costas...só pra ouvir música, falar besteira e comer comida ruim. E a gente ria tanto, sentados no sofá, amontoados pelo chão da sala...

Saudade de quem foi pra longe, e não tem data pra voltar. Quem tá do outro lado do hemisfério, ou no estado vizinho... mas que foi, se foi, e você não sabe quando vai poder ver de novo. Eu queria acordar todos os dias e tomar café da manhã com essas pessoas.

Saudade da família. Daquela que deveria ser sua família... todo mundo amigo, normal, feliz... pai, mãe, irmão, vó , vô, tios e primos... só que não. Não é assim. Não é perfeito. Quase não é nem família. Uma ou duas pessoas ainda tentam manter esse espírito, e o resto é cada um por sí e Deus por todos...e você se apega, a essas pessoas. Agarra, pra sempre. E não quer mais soltar.

E ao mesmo tempo, no quarto ao lado, no prédio ao lado, no bairro ao lado... pessoas tão desnecessárias. Pessoas que não te fazem rir. Pessoas que fazem o seu dia parecer pior do que já havia sido depois das 12 horas que você passou fora de casa estudando, trabalhando e resolvendo milhões de problemas. Pessoas que não acrescentam. Que não contribuem. Pessoas que, pra mim, não são de verdade. Até quando?



Afinal, quem é de verdade, sabe quem é de mentira...

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Sobre o que vai, o que vem, e o que permanece...

Ainda fora do ritmo, trocando o dia pela noite...

Essa sou eu, já na terceira semana de aula do semestre, completamente em ritmo de férias. Tão fácil sair do ritmo, tão difícil se (re)adaptar. Academicamente falando, quase nada mudou... Mas em mim?! Ah...sinto que muita coisa está diferente. Não diria fora do lugar, mas com certeza não estão aonde eu deixei antes de sair. Talvez seja hora de uma faxina interior...

Aquilo que antes me tirava o fôlego, hoje não me arranca sequer um suspiro. Aquilo que antes dava um friozinho na barriga, hoje já não tem mais graça. Aqueles que antes me faziam rir, hoje quase nem vejo. E aqueles que antes eram completamente estranhos e alheios, agora fazem parte intrinsecamente do meu dia-a-dia.

Voltei diferente. Não sei exatamente pra onde eu fui, mas tenho certeza que voltei diferente. Essa viagem interior, essas férias de mim mesma, esse afastamento da realidade mexeu comigo. Mudei. Pra melhor? Pra pior? Não sei... mas sei que não sou mais a mesma, e não quero mais do mesmo. Quero mais. Quero diferente. Quero muito. 

Quero viver o que há de novo. Quero viver de novo. O novo. E de novo. Do novo, de novo... Enfim. Tô numa fase diferente, mas uma fase muito boa. Quero aproveitar. Se quiser me acompanhar, é só vir comigo...

“Eu comecei minha faxina. Tudo o que não serve mais (sentimentos, momentos, pessoas) eu coloquei dentro de uma caixa. E joguei fora. (Sem apego. Sem melancolia. Sem saudade). A ordem é desocupar lugares. Filtrar emoções.” (Fernanda Mello)

"Não tiro ningúem da minha vida. Apenas reorganizo as posições e inverto as prioridades."


segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Luto pela Diva...

"I told you that I was trouble...You know that I'm no good." 

Meio atrasada, eu sei...mas antes tarde do que nunca. Só agora tive tempo e inspiração para falar sobre a minha Diva, e sobre o quanto me entristeceu a notícia de sua morte.


Amy Winehouse. Luto. Essas duas palavras têm andado juntas nos últimos 10 dias em meu vocabulário. Há quem não acredite, quem critique e quem não aceite, mas a morte da diva me entristeceu. Muito. Chorei. Chorei sim, e não tenho vergonha disso.



Chorei não porque a morte de Amy foi uma notícia completamente inesperada. Não por isso. Eu, você, e todos que acompanhavam as notícias da mídia e as infinitas especulações sobre a vida da cantora sabíamos que isso, mais dia, menos dia, iria acontecer. E aconteceu. Mas isso não muda o fato de que eu sofri.



Sou fã, e adimito. E por mais que todos digam que é absurdo ser fã de alguém como ela, devido aos vícios e absurdos cometidos ao longo de sua vida, eu repito: SOU FÃ!



Sou fã e serei eternamente. Fã de uma voz incomparável. Fã de um talento inigualável. Fã de uma das melhores cantoras e compositoras da minha época. Sim. Amy Winehouse é da "minha época", e eu pretendia que um dia os meus filhos fossem a um show dela, como eu fui! 



Porque infelizmente,  os meus ídolos ou morreram antes deu nascer, ou são todos de outra geração, a dos anos 70 e 80... Quem são as estrelas da música de hoje? RESTART? FRESNO? NX ZERO? Me perdoem os que ouvem isso, mas eu, particularmente, gosto de MÚSICA.



Hiprocrisia dizer que Amy era uma bêbada, drogada, vagabunda, que queria morrer. Ela era doente. FATO. E infelizmente ninguém percebeu isso. Fizeram do problema dela motivo de chacota, sucesso nos sites de celebridades e aumento na venda dos jornais e revistas. Mas ninguém parou para ajudá-la. Tentar interná-la não era o suficiente. Isso eles deveriam ter notado desde a primeira tentativa frustrada. Ela precisava de apoio, de companhia, de alguém. E não teve.



Amy morreu de amor. Amor exacerbado por um homem que infelizmente ajudou a destruir sua vida. Amor pela música que lhe trazia alegrias, mas ao mesmo tempo só aumentava sua solidão. Amor por um vício que ela nunca conseguiu largar. Tenho pena. E por isso sofri.



Não é que eu não esperava. Esperava sim. Simplesmente não queria que isso acontecesse. É como ter um ente querido acamado, com câncer em estado terminal. Você sabe que ele vai morrer, mais dia, menos dia, é apenas uma questão de tempo. Mas você não quer que seja hoje, não quer que seja amanhã. E não importa quando a morte venha, você nunca vai estar suficientemente preparado para ela a ponto de não sofrer. Você sofre, porque gosta. E por isso, eu sofri.



Acho que foi uma perda lamentável para a música. Me arrisco a dizer aliás, que dificilmente ouviremos vozes como a dela novamente. Ela era um talento, e isso ninguém podia negar. Um talento que não foi desperdiçado, mas que não foi bem cuidado. E se foi.



Serei eternamente fã, e eternamente grata à Amy por ter vindo ao Brasil no início desse ano e ter me proporcionado um dos melhores momentos de minha vida assistindo-a de perto, num show inesquecível. 



Sim, ela cambaleou, bebeu, esqueceu algumas letras e saiu sem dar tchau. Mas quem esperava outra coisa além disso, não esperava ver um show da Amy Winehouse. Ela foi ela, como sempre era. E tinha o direito de ser. Já que ninguém estendia a mão para ajudá-la, ninguém tem o direito de apontar o dedo para criticá-la.



E eu penso comigo, como Cazuza descreveu bem... "Meus heróis morreram de overdose..."  



Pra mim, ela será sempre ídola...tão viva, tão diva! Luto eterno, Amy Winehouse!


"And I go back to black..." 

 Pra finalizar...é difícil escolher dentre tantas que eu amo, mas acho que essa é a minha preferida! *-*